O consumo do álcool e de outras drogas, especialmente quanto ao seu uso indevido, sempre foi e permanece sendo um dos mais sérios problemas na atualidade. É uma questão que acompanha o homem em boa parte de sua história. Trata-se de uma condição ultra complexa, abrangente e que estabelece interface com diferentes áreas do saber
e das vivências humanas, especialmente no que diz respeito
à saúde, à segurança, à economia, à política, à paz e ao equilíbrio social. Milhões de seres humanos, são afetados anualmente pelo consumo de drogas e muitos desses se transformam em dependentes químicos.
Trata-se de um assunto desafiador e poucos são os que se encontram preparados efetivamente para enfrentar esses problemas. O Estado, devido à inexistência de políticas públicas arrojadas, apresenta-se deficiente na implementação dessas políticas em áreas como segurança, saúde e educação, para o enfrentamento da situação.
O crime organizado, envolvido com o narcotráfico, nacional e internacional, avoluma-se em nossa frente, com um poderio bélico e logístico extremamente assustador, pois dissemina o crime, a insegurança e o medo, por todos os lados.
O incremento progressivo de uma cultura que incentiva o uso de álcool e outras drogas, banalizando o consumo através das práticas ditas recreativas, deixa-nos à mercê do avanço sistemático desse consumo e a possibilidade real de agravamento das doenças, especialmente as mentais, assim relacionadas.
A possibilidade da produção, posse e controle, sobre as drogas de abuso, pelo império econômico, ao redor do mundo, incentiva e dissemina ideias do uso legal, da exploração das mesmas, sob diferentes finalidades empresariais
e comerciais, utiliza argumentos ideológicos e fiscais inconsistentes e equivocados, de inocuidade, direito e liberdade aos usuários ante o uso dessas substâncias.
O despreparo social na elaboração e execução de programas e ações efetivas de prevenção ao consumo de álcool e outras drogas, torna especialmente a juventude e as criança mais vulneráveis ao uso indevido dessas substâncias.
Associado a isso, as deficiências encontradas nos tratamentos, especialmente os da rede pública, deixam um número cada vez maior de pessoas afetadas pelo uso de drogas; desamparadas, quanto ao tratamento, recuperação e reabilitação psicossocial.
Por último, a baixa aplicação de recursos financeiros para bancar ações eficientes na assistência aos usuários de drogas e às suas famílias contribuem sobremaneira, para
o agravamento da situação do consumo das drogas no mundo contemporâneo.
E, quando se cruzam, essas questões referidas acima, com a ocorrência de acidentes e violências, que foi o objeto desse estudo, verifica-se que os dados encontrados,
são marcantes e bastantes significativos. Os achados nesse trabalho confirmam, de forma inequívoca, que há uma estreita relação entre esses fenômenos, com dados também confirmados por muitos outros trabalhos dessa natureza, realizados no Brasil e pelo mundo.
Talvez por isso, esse tema tenha interesse público e científico, haja vista a relevância desses estudos nessa área: consumo de álcool e outras drogas. Tais estudos têm ensejado muitas publicações em revistas científicas de notoriedade. Portanto, a escolha do tema, como motivo dessa Dissertação para obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde, pela Universidade Federal do Maranhão (Ufma), se insere nesse contexto, uma vez que meu interesse se restringe ao fato de ser especialista nesse assunto e por trabalhar há mais de 30 anos nessa área, mas também como uma modesta contribuição a todos, que tenham interesse nesse assunto podendo, assim, contribuir para a elucidação desse e de outros problemas relacionados ao consumo de drogas em nossa sociedade.
Em Conversa Final com o Leitor, destaco a influência direta do consumo de álcool ante os acidentes de trânsito e, por isso mesmo, recomendo que hajam medidas mais rigorosas, sobretudo preventivas, para controlar tais ocorrências. Aconselho, também, maiores investimentos em treinamento e capacitação de médicos e de outros profissionais da saúde, os quais lidam com esses pacientes em seus diferentes ambientes de trabalho e, que o poder público, especialmente a saúde, tome medidas, preventivas, assistenciais, e reabilitadoras às pessoas vítimas dessas ocorrências.
Trato da metodologia utilizada para fazê-lo, a Bioestatística dos achados, e as Conclusões. Proponho algumas recomendações, sobretudo aos agentes públicos encarregados na formulação de políticas na área da pesquisa, considerando a relevância desses achados e o impacto psicológico, social e econômico. Apresento os gráficos e tabelas e uma ampla referência com base em especialistas na área, que deram subsídios para a realização do mesmo.
ISBN 978-85-920281-5
O consumo do álcool e de outras drogas, especialmente quanto ao seu uso indevido, sempre foi e permanece sendo um dos mais sérios problemas na atualidade. É uma questão que acompanha o homem em boa parte de sua história. Trata-se de uma condição ultra complexa, abrangente e que estabelece interface com diferentes áreas do saber […]
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